Criaturas microscópicas, incluindo bactérias, vírus e fungos, integram a totalidade do corpo humano e desempenham um papel fundamental no funcionamento do sistema digestivo e do sistema imunitário.

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Cerca de 60% das células que compõe o corpo humano, não são humanas, dizem os cientistas.

As células consideradas humanas perfazem apenas 43% da contagem total, enquanto que o restante inclui os chamados ‘inquilinos’ microscópicos essenciais ao nosso bem estar.

A parte ‘escondida’ do nosso corpo é denominada de microbioma, e os especialistas que o estudam esperam agora descobrir novas formas de tratar doenças como o cancro, o Parkinson ou até as ‘simples’ alergias.

“As bactérias que compõe o microbioma são essenciais para a nossa saúde. O nosso corpo é muito mais do que aparenta”, afirmou a professora Ruth Ley, diretora do departamento de ciência microbiano no Max Planck Institute, na Alemanha.

Já o professor Rob Knight, da Universidade da California San Diego, nos Estados Unidos, disse em declarações à BBC: “Geneticamente somos mais micróbios do que humanos”.

Knight refere também que o mundo científico está ainda a desvendar todas as funcionalidades e possibilidades do microbioma – o seu papel na digestão, na regulação do sistema imunitário, na proteção contra doenças e como consegue auto fabricar vitaminas vitais para o organismo.

“Estamos ainda a desvendar todas as maneiras como estas criaturas ínfimas podem transformar totalmente a nossa saúde, formas que apenas há uns anos atrás nunca teríamos imaginado”, explicou Knight.

Até recentemente a comunidade científica e médica tinha-se demonstrado hostil relativamente ao mundo microbiano, combatendo as bactérias consideradas prejudiciais com antibióticos e vacinas. Apesar desse tipo de ofensivas ter salvo milhões de vidas, de doenças como a varicela ou a tuberculose, teme-se agora que esse tipo de ‘ataque’ tenha sido prejudicial para a manutenção das bactérias ‘boas’ no corpo humano.

“Nos últimos 50 anos fizemos um excelente trabalho na erradicação de patologias infecciosas, mas também temos visto um aumento aterrador no desenvolvimento de doenças auto imunes e de alergias – agora é tempo de entendermos o que pode ser feito e como podemos preservar estas bactérias que afinal nos beneficiam”, concluiu Ley.

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