Confirma-se, os cães são realmente os melhores amigos do homem. Uma instituição de caridade no Reino Unido, está a treinar 31 destes animais para que possam detetar o aparecimento de cancro da próstata, antes que seja tarde demais.

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Há muito que se suspeitava que os cães são capazes de identificar a incidência de cancro, mesmo antes de surgirem os primeiros sintomas, somente através do seu magnificente sentido de olfato. E agora, e pela primeira vez, está a ser realizada uma pesquisa nesse sentido, pelos médicos Clara Guest e John Church, da instituição de solidariedade Medical Detection Dogs, com o intuito de investigar essa capacidade canina e de utilizá-la no diagnóstico do cancro da próstata.

Surpreendentemente, hoje em dia o cancro da próstata é o segundo tipo desta patologia que mais mata no mundo inteiro. Em Portugal, é o tipo de cancro mais frequente no homem (superior ao cancro da pele e ao cancro do pulmão), registando-se aproximadamente quatro mil casos novos por ano.

As autoridades médicas internacionais, estimam que se tenha registado um aumento na sua ocorrência de mais de 21% desde 1970.

Agora, os especialistas garantem que estes cães detetores médicos são capazes de ‘cheirar’ a doença. O que pode poupar muitos homens de serem sujeitos a testes de diagnóstico invasivos e dolorosos.

O olfato dos cães é 40 vezes mais poderoso do que o nosso e consegue detetar a concentração de odores correspondentes a um num trilião.

O que significa que podem identificar facilmente o cheiro de diferentes doenças ainda num estádio inicial.

Aquela instituição britânica está a treinar 31 cães para detetarem doenças que vão desde a malária ao Parkinson, mas o cancro da próstata é o foco principal.

Desde 2015, que a Medical Detection Dogs, está a trabalhar neste projeto, conjuntamente com o Hospital Universitário Milton Keynes.

“Esperamos concluir o processo daqui a cerca de dois anos e que os resultados confirmem os estudos anteriores que já realizámos e que sugeriram que os cães têm uma taxa de sucesso de cerca de 93% na identificação de patologias humanas”, disse Guest.

Cada cão faz três turnos semanais, que consistem em cheirar amostras durante 20 minutos. Para o melhor interesse do ensaio clínico, os investigadores utilizam amostras que são de facto cancerígenas e outras que são saudáveis.

Guest considera que os cães podem não só tornar o diagnóstico mais fácil e eficaz, mas que possivelmente poderão ajudar à criação de um aparelho que consiga replicar a capacidade meticulosa de olfato destes animais.

Devido à sua natureza mais inquisitiva, os cães utilizados pelos médicos tendem a ser cockers e labradores.

Novamente a ciência comprova que o nosso amor por estes seres só podia ser inevitável.

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