o foguetão Falcon Heavy conseguiu também regressar da sua primeira missão comercial - para a empresa espacial de Elon Musk, a SpaceX, este foi um passo essencial na corrida pelos contratos milionários com as forças militares norte-americanas


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descolagem do Falcon Heavy composto por três foguetões Falcon 9 - THOM BAUR/REUTERS


O foguetão Falcon Heavy, actualmente o mais potente do mundo, composto por três foguetões Falcon 9, conseguiu lançar a sua primeira missão comercial na última quinta-feira. O foguetão, que já tinha antes colocado no espaço com sucesso um Tesla vermelho num voo de teste em 2018, descolou do Centro Espacial Kennedy, na Florida, Estados Unidos, levando a bordo a primeira carga comercial.

Três minutos depois de ter saído da rampa de lançamento, os dois foguetões laterais separaram-se da parte central do foguetão e aterraram de forma sincronizada na Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, na Florida. O terceiro foguetão, depois de enviar a carga para o espaço, aterrou também com sucesso na plataforma marítima da SpaceX, a 650 quilómetros da costa da Florida. Esta aterragem sem falhas foi celebrada pelos engenheiros da SpaceX.

O foguetão Falcon Heavy, com 70 metros de altura e 12 metros de diâmetro, transportou satélites de comunicação para a empresa de telecomunicações Arabsat, com sede na Arábia Saudita, que comercializa serviços de televisão e Internet para África, Europa e Médio Oriente.

Na missão de teste de 2018 do Falcon Heavy, o foguetão central falhou a aterragem na plataforma marítima e caiu no oceano atlântico.

“Os Falcons aterraram”, anunciou Elon Musk no Twitter, comemorando o primeiro regresso dos três foguetões. Depois de remodelados, os foguetões que compõem o Falcon Heavy poderão ser reutilizá-los noutra missão. Assim, este mesmo foguetão vai voltar ao espaço com vários satélites para fins militares e científicos da Força Aérea, já este Verão.







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A última missão do Falcon Heavy estava, inicialmente, marcada para quarta-feira. No entanto, Elon Musk anunciou no seu Twitter o adiamento – afinal só por um dia – por não existirem condições climatéricas favoráveis.

A missão foi crucial na corrida com outras empresas espaciais – a United Launch Alliance, uma junção entre a Boeing e Lockheed, e a Blue Origin de Jeff Bezos, o fundador e presidente da Amazon. Estas empresas, assim como a SpaceX de Elon Musk, estão a trabalhar para provar a superioridade dos seus foguetões, para conseguirem contratos ligados à segurança nacional dos Estados Unidos que valem milhares de milhões de euros.

Em 2018, a Força Aérea norte-americana já tinha aproveitado a SpaceX para lançar um satélite militar confidencial – um contrato que rendeu à empresa de Elon Musk 120 milhões de euros – e em fevereiro deste ano houve mais três missões no valor, cada uma, de 260 milhões de euros.


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o foguetão Falcon Heavy transportou a primeira carga comercial para o espaço - THOM BAUR/REUTERS


A empresa de Elon Musk e a Boeing também estão a competir entre si para enviar seres humanos para o espaço, pela primeira vez numa década a partir dos Estados Unidos, ao abrigo de um programa da NASA. A cápsula Dragon, que irá no topo do foguetão Falcon 9, já teve autorização para o seu primeiro voo de teste não tripulado em março, a que se seguirá uma missão já tripulada em julho. Já a Boeing só tem previsto para agosto o primeiro teste da sua cápsula Starline, transportada pelo Atlas 5, da United Launch Alliance.

A SpaceX foi fundada em 2002 por Elon Musk, também co-fundador da Tesla, empresa que fabrica carros eléctricos. Um dos objectivos principais do multimilionário é a colonização de Marte, para salvar a humanidade de uma possível catástrofe natural. Elon Musk assume a 40º posição na lista das pessoas mais ricas da revista Forbes, com uma fortuna avaliada em cerca 16 mil milhões de euros.
















































in PÚBLICO.pt