Click here to enlarge


Todo mundo tem medo e ansiedade.

O medo é uma resposta emocional, fisiológica e comportamental a uma ameaça externa definida (p.ex., um intruso ou um veículo descontrolado).

A ansiedade é um estado emocional desagradável que possui uma causa menos clara e, freqüentemente, é acompanhada por alterações fisiológicas e comportamentais similares àquelas causadas pelo medo.
Devido a essas semelhanças, as pessoas comumente utilizam os termos ansiedade e medo de modo indistinto.

A ansiedade é uma resposta ao estresse como, por exemplo, o rompimento de uma relação importante ou a exposição a um desastre potencialmente letal. Uma teoria defende que a ansiedade também pode ser uma reação a um impulso sexual ou agressivo reprimido, o qual ameaça suplantar as defesas psicológicas que normalmente mantêm tais impulsos sob controle.
Portanto, a ansiedade indica a presença de um conflito psicológico.

A ansiedade pode manifestar-se subitamente (p.ex., no pânico) ou gradualmente, ao longo de minutos, horas ou dias.
A duração da ansiedade pode ser muito variável, desde alguns segundos até vários anos. Sua intensidade pode variar desde uma angústia praticamente imperceptível até um pânico estabelecido.

A ansiedade atua como um elemento dentro de uma ampla gama de respostas de adaptação que são essenciais para a sobrevivência em um mundo perigoso.
Um certo grau de ansiedade provê um componente adequado de precaução em situações potencialmente perigosas.

Na maior parte do tempo, o nível de ansiedade de um indivíduo apresenta alterações adequadas e imperceptíveis ao longo de um amplo espectro de estados de consciência que vai desde o sono ao estado de vigília, passando pela ansiedade e o medo, e assim sucessivamente.
Entretanto, em alguns casos, o sistema de resposta à ansiedade funciona incorretamente ou é superado pelos acontecimentos.
Neste caso, pode ocorrer um distúrbio da ansiedade.

Os seres humanos reagem diferentemente às situações.
Por exemplo, alguns acham que falar diante de uma platéia é algo estimulante, enquanto outros se apavoram à simples idéia de fazê-lo.

A capacidade de tolerar a ansiedade varia muito e, por isso, muitas vezes é difícil de se determinar o que significa “ansiedade anormal”.
No entanto, quando ela ocorre em momentos inadequados ou é tão intensa e duradoura que chega a interferir nas atividades normais, ela será então adequadamente considerada como um distúrbio.

Os distúrbios da ansiedade podem ser tão angustiantes e interferir de tal maneira na vida do indivíduo que podem levá-lo à depressão.
Alguns apresentam distúrbio da ansiedade e depressão ao mesmo tempo, outros apresentam inicialmente um quadro depressivo e, em seguida, um quadro de ansiedade.

Os distúrbios da ansiedade são o tipo mais comum de distúrbio psiquiátrico.

O diagnóstico de um distúrbio da ansiedade baseia-se fundamentalmente nos seus sintomas.
Contudo, sintomas idênticos aos de um distúrbio da ansiedade podem ser causados por uma doença (p.ex., hiperatividade da tireóide) ou pelo uso de um medicamento ou de uma droga (p.ex., corticosteróides ou cocaína).

Uma história familiar de distúrbio da ansiedade pode ajudar o médico a estabelecer o diagnóstico, uma vez que tanto a predisposição a uma ansiedade específica quanto a predisposição geral à ansiedade freqüentemente têm um caráter hereditário.
É importante realizar um diagnóstico preciso, pois o tratamento varia de um distúrbio da ansiedade a outro.

Dependendo do distúrbio, a terapia comportamental, o tratamento medicamentoso ou a psicoterapia, isoladamente ou combinados adequadamente, podem aliviar significativamente a angústia e a disfunção da maioria dos pacientes.


Ansiedade Generalizada

A ansiedade generalizada consiste em uma preocupação e em uma ansiedade excessivas e quase diárias (com duração superior ou igual a 6 meses) sobre uma variedade de atividades ou eventos.

A ansiedade e a preocupação decorrentes do distúrbio da ansiedade generalizada são tão extremas que se tornam difíceis de serem controladas.

Além disso, o indivíduo apresenta três ou mais dos seguintes sintomas: agitação, fadiga fácil, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular e distúrbio do sono.
As preocupações são de ordem geral.
As preocupações comuns incluem as responsabilidades do trabalho, finanças, saúde, segurança, conserto do carro e outras.

A gravidade, a freqüência ou a duração das preocupações é desproporcionalmente maior do que as exigidas pela situação.

A ansiedade generalizada é comum.
Cerca de 3 a 5% dos adultos apresentam esse problema em algum momento da vida.

As mulheres apresentam o dobro de probabilidade de apresentá-lo.
Esse distúrbio é freqüente na infância e na adolescência, mas pode começar em qualquer idade.
Para a maioria das pessoas, o problema é oscilante, piora em determinadas ocasiões (especialmente durante os momentos de estresse) e persiste por muitos anos.

Tratamento

Para a ansiedade generalizada, o tratamento de eleição é o medicamentoso.

Geralmente, são prescritos medicamentos ansiolíticos como, por exemplo, os benzodiazepínicos.
Mas como o uso prolongado dessas substâncias pode levar à dependência física, o medicamento deve ser reduzido gradualmente e não abruptamente no caso de interrupção de seu uso.

O alívio proporcionado pelos benzodiazepínicos habitualmente compensam os efeitos colaterais leves que eles podem produzir.

A buspirona é outro medicamento eficaz para muitos indivíduos que apresentam ansiedade generalizada.
Aparentemente, a sua utilização não acarreta dependência física, mas a buspirona leva no mínimo duas semanas para começar a atuar, em comparação com os benzodiazepínicos que começam a agir em minutos.
Geralmente, a terapia comportamental não é útil, pois não existem situações bem definidas que desencadeiam a ansiedade.
As técnicas de relaxamento e de biofeedback podem ter alguma utilidade.

A ansiedade generalizada pode estar associada a conflitos psicológicos subjacentes que estão freqüentemente relacionados à insegurança e a atitudes autocríticas que são autodestrutivas.
Em alguns casos, a psicoterapia pode ser eficaz para ajudar a compreender e a solucionar conflitos psicológicos internos.

Ansiedade Induzida por Drogas ou Problemas Médicos

A ansiedade pode ser decorrente de um distúrbio médico ou do uso de uma droga.

Os exemplos de distúrbios médicos que causam ansiedade incluem os distúrbios neurológicos (p.ex., traumatismo crânio encefálico, uma infecção cerebral ou uma doença do ouvido interno), distúrbios cardiovasculares (p.ex., insuficiência cardíaca e arritmias cardíacas), distúrbios endócrinos (p.ex., hiperatividade adrenal ou da tireóide) e distúrbios respiratórios (p.ex., asma e doença pulmonar obstrutiva crônica).

As drogas que podem induzir à ansiedade incluem o álcool, estimulantes, cafeína, cocaína e muitos medicamentos de receita obrigatória.
A ansiedade também pode ser decorrente da suspensão de um medicamento.
Ela pode desaparecer após o tratamento do problema médico ou da interrupção do uso de uma droga por tempo suficiente para que os sintomas da abstinência desapareçam.
Qualquer grau de ansiedade remanescente pode ser tratado com medicamentos ansiolíticos adequados, terapia comportamental ou psicoterapia.



saude.jpg