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1 - O vinho, quanto mais velho melhor! Infelizmente, são poucos os vinhos que sabem envelhecer bem e ainda mais raros os que conseguem envelhecer com saúde. A quase totalidade dos vinhos mundiais, espumantes, brancos, rosés e tintos, é feita para ser consumida num curto prazo de tempo.

2 - Um vinho “Reserva” será sempre melhor do que um vinho “normal”. As palavras “Reserva”, “Colheita Seleccionada” ou “Garrafeira” são uma garantia de qualidade! Muitos vinhos triviais e de fraca qualidade ostentam estas palavras nos rótulos, da mesma forma que alguns dos melhores vinhos nacionais não lhe fazem referência. Por si só, estas palavras nada lhe dizem sobre o vinho.

3 - Um vinho “DO” (antes denominado “DOC”) será sempre melhor do que um vinho “Regional”. Mais uma vez, a realidade encarrega-se de não confirmar esta suposição. Para que um vinho tenha o direito de ostentar o nome de uma Denominação de Origem terá de obedecer a regras claras, nomeadamente quanto ao uso das castas autorizadas e recomendadas para essa mesma “DO”.

4 - O vinho de mesa não presta. Por regra, o vinho de mesa é efectivamente de fraca qualidade e não merece demasiadas considerações. Existem, no entanto, raras excepções, e por vezes o vinho de mesa é a única solução para alguns produtores. Por exemplo, a legislação portuguesa não permite a mistura de vinhos provenientes de duas regiões diferentes. Imagine que existia (e existe) um vinho que emparceirava uvas do Dão e do Douro.

5 - Os vinhos mais caros são sempre melhores. Seguramente que não e os exemplos a provar o contrário abundam. Num mercado livre, o preço dos vinhos é determinado não só pelos custos de produção mas também pela sua escassez, pelo factor moda, pelo eventual empolamento feito pela comunicação social, por boas campanhas de promoção, etc. No entanto é verdade que os melhores vinhos são usualmente mais dispendiosos na elaboração.

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- O vinho branco não consegue envelhecer e tem de ser bebido o mais depressa possível. Embora a afirmação não seja universal, existem razões mais do que suficientes para o depoimento. São poucos os vinhos feitos para envelhecer e ainda menos os vinhos brancos que têm capacidade para envelhecer.

7 - O vinho rosé é uma mistura de vinho branco com vinho tinto. Não, não é, mesmo se a convicção se encontra firmemente enraizada no nosso imaginário. O vinho rosado é feito a partir de uvas tintas. A polpa da quase totalidade das uvas tintas é incolor, incapaz de acrescentar pigmentação ao mosto. São as peles, ou melhor, os corantes existentes nas películas das uvas tintas que acrescentam coloração ao vinho tinto.

8 - O vinho branco tem de ser produzido com uvas brancas. Na verdade… não! O vinho branco pode ser elaborado a partir de uvas tintas. Como acabámos de ver, a polpa das uvas tintas não tem matéria corante e, portanto, o sumo resultante é incolor.

9 - O Vinho Verde é feito com uvas vindimadas ainda verdes, em oposição ao vinho maduro, que é elaborado com uvas completamente maduras. Vinho Verde é o nome de uma região portuguesa, tal como as regiões do Douro, Ribatejo ou Bairrada. A região ganhou o nome de Vinho Verde por ser a região mais verde e húmida de Portugal, o Minho.

10 - Os verdadeiros grandes vinhos não sabem bem enquanto são jovens e só melhoram com a idade.Não acredite nisso! Os bons vinhos são sublimes desde a nascença e não é por um milagre tardio que se transfiguram de bestas em bestiais.